domingo, 5 de abril de 2015

O FUTURO DO PAPEL (o papel tem futuro?)






ESCRITA, PAPEL E ERA DIGITAL

O papel tem futuro?


Escrita

Costuma-se afirmar que a história da humanidade iniciou ao mesmo tempo em que surgiram os registros escritos.

Anteriormente ao aparecimento de formas de escrita os seres humanos viviam uma época que se convencionou chamar de pré-história.

A escrita possibilitou à humanidade o início de um processo de comunicação de conteúdos para além da sobrevivência dos seres que formularam essas mensagens.

O surgimento da escrita, portanto, criou um novo e poderoso paradigma.

Há controvérsias a respeito, porém acredita-se que as primeiras formas de escrita surgiram por volta de 4 mil anos antes de Cristo, na região dos atuais países Irã e Iraque, na época conhecida como Mesopotâmia.

À medida que a inteligência humana passou a se desenvolver, as representações gráficas foram se tornando cada vez mais complexas, surgindo a necessidade de aperfeiçoamento dos suportes para a codificação sistemática da escrita.


Papel

Antes da invenção do papel, os seres humanos utilizavam várias formas para se expressar através da escrita. Inicialmente eram utilizadas as superfícies daqueles materiais que a natureza oferecia praticamente prontos para seu uso, como paredes de rocha, pedras, ossos, folhas. Em uma segunda etapa, foram desenvolvidos suportes mais adequados para as representações gráficas, tais como tabletes de barro cozidos, couros de animais, cascas de árvores, papiros, pergaminhos e outros.

Há um certo consenso de que o papel tal como o concebemos atualmente, produzido a partir de fibras vegetais, surgiu em torno do ano 115 antes de Cristo na China.

Gradativamente os processos de produção de papel foram sendo aprimorados.

A invenção da imprensa, no ano de 1450, deu início a um impulso muito importante para a aceleração do processo de massificação da utilização do papel.

A partir de então, até nossos dias, o papel passou a ter uma importância crucial para a história da humanidade.


Era Digital

Desde a invenção da imprensa, no século XV, até meados do século XX, o papel reinou absoluto como suporte da escrita.

Em 1946, porém, entrou em operação nos EUA o primeiro computador, o ENIAC - Eletronic Numerical Integrator And Computer (em português Computador e Integrador Numérico Eletrônico).

Na década de 60 foi criado o primeiro microprocessador, o chip, que permitiu uma diminuição significativa no tamanho dos computadores, já apontando para a portabilidade.

A partir de então a velocidade das inovações é estonteante.

De 1970 em diante as evoluções da tecnologia se concentraram significativamente na procura de processos mais elaborados de componentes internos dos computadores. O tamanho dos mesmos diminuiu drasticamente, assim como o peso.

No começo da década de 80, com a criação do sistema operacional DOS e o início da produção em massa dos computadores pessoais, uma verdadeira revolução se operou.

Em 1990, de forma ainda precária, é colocado em funcionamento o primeiro servidor do que atualmente conhecemos como internet. No ano seguinte é disponibilizado o primeiro navegador.

A partir de então a web começa a ficar cada vez mais popular.

A comunicação entre os seres humanos mudou de forma radical.

Atualmente é muito difícil imaginar uma organização pública, privada ou do terceiro setor -  ou mesmo um lar - sem a intensiva utilização de computadores e da internet.

Como decorrência natural, praticamente todos os registros humanos, desde livros, documentos diversos, música, imagem, etc, são passíveis de serem acessados em meio eletrônico.

O reinado do papel, antes absoluto, encontra-se sob ameaça.

Essa evolução ainda não se completou, pois se trata de uma dramática quebra de paradigma.
São várias as indicações, porém, de que a humanidade se prepara, depois de uma longa jornada, para o que parecia inimaginável: a eliminação lenta, porém inexorável, da utilização do papel.

Omar Rösler
(outono de 2015)

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