sexta-feira, 19 de março de 2010

Quarteto exorta Israel a congelar assentamentos judaicos


O Quarteto para a Paz no Oriente Médio, formado por Estados Unidos, ONU, União Europeia (UE) e Rússia, exortou Israel a congelar a ampliação de assentamentos judaicos em território palestino e condenou o anúncio de planos para a construção de casas em Jerusalém Oriental.

Após o encontro do grupo em Moscou, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, leu uma declaração do quarteto que pede à comunidade internacional que ajude a promover negociações entre Israel e palestinos para que um acordo de paz possa ser produzido em até 24 meses.

"O quarteto exorta o governo de Israel a congelar qualquer atividade relacionada a assentamentos - incluindo expansão natural - a desmontar colônias erguidas desde março de 2001 fora de limites demarcardos, e a não demolir ou retirar pessoas de suas casas em Jerusalém Oriental", disse Ban, após o encontro com os chanceleres de EUA e Rússia, Hillary Clinton e Sergei Lavrov, e da nova chefe de Política Externa da UE, a baronesa Ashton.

O quarteto condenou o anúncio feito por Israel, semana passada, de que permitiria a construção de 1.600 casas em Jerusalém Oriental, região ocupada por Israel desde 1967. O anúncio da construção foi feito durante a visita do vice-presidente dos EUA, Joe Biden, ao país, o que foi interpretado pela Casa Branca como um "insulto" e um recuo em seu esforço de paz.

Ban também pediu às duas partes que tenham "calma" e que evitem "ações provocativas" aos vizinhos.

A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, declarou que o primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, deu uma resposta "útil e produtiva" aos seus questionamentos sobre as construções em Jerusalém Oriental, em uma conversa telefônica na quinta-feira. Segundo Hillary, Netanyahu propôs uma série de "medidas de construção de confiança". Nenhum dos países, entretanto, divulgou detalhes sobre as medidas propostas por Netanyahu.

O porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, P.J. Crowley, afirmou que o enviado especial dos EUA para o Oriente Médio, George Mitchell, deve se encontrar com Netanyahu e com o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, na região neste final de semana.

Reações

Os apelos do quarteto, no entanto, não foram bem recebidos pelo ministro das Relações Exteriores de Israel, Avigdor Lieberman, que afirmou que as declarações do grupo estão “equivocadas” e que a paz não pode ser imposta por meio de “prazos irrealistas”.

“O quarteto está ignorando os últimos 16 anos de tentativas israelenses e está dando aos palestinos a impressão de que eles podem alcançar suas demandas ao continuar se recusando a tomar parte em negociações diretas sob falsos pretextos”, disse Lieberman, de acordo com o jornal israelense Haaretz.

O presidente palestino, Mahmoud Abbas, por sua vez, elogiou as declarações do grupo, classificando-as como “muito importantes”.

“O comunicado do Quarteto é muito importante, mas o mais importante é que Israel deve cumprir com estas medidas para que o processo de paz seja retomado. Os assentamentos e Jerusalém (Oriental) são os maiores obstáculos”, disse Abbas.

Faixa de Gaza

Horas antes do encontro, a violência retornou à Faixa de Gaza

Horas antes da reunião do grupo, um caça israelense atacou ao menos seis alvos na Faixa de Gaza. Israel afirmou que o ataque foi uma resposta a um outro perpetrado pelo grupo extremista palestino Hamas, que teria lançado na quinta-feira um míssil contra Israel, matando um agricultor tailandês.

O quarteto pediu o "fim imediato da violência e do terror" na região.

BBC

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